terça-feira, 15 de janeiro de 2013

HENRIQUE ALVES: Jornais e Revista Veja acusam-no de cometer irregularidades

O deputado federal Henrique Alves (PMDB) foi dormir na última sexta-feira com a certeza de que seria eleito presidente da Câmara dos Deputados, mas acordou no sábado com o projeto em risco.

O motivo: uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo que mostra que o parlamentar abastecia a empresa Bonacci Engenharia e Comércio Ltda cujo um dos sócios é Aluízio Dutra de Almeida, assessor de Henrique desde 1998. O abastecimento se deu através de emendas do deputado que resultaram em licitações vencidas pela empreiteira em três prefeituras do Rio Grande do Norte. O deputado nega o favorecimento e o assessor disse à Folha de S.Paulo que não há conflito ético na situação.

Mais tarde, a revista Veja trouxe outro assunto informando que a empresa Global Transportes, em nome da "laranja" Viviane dos Santos, uma vendedora de tapetes, fornecia serviços para o gabinete de Henrique.

A Global Transportes recebe R$ 8.500 da verba de gabinete de Henrique Alves para ceder veículos. Procurado pela Veja, Henrique disparou: "Você acha que eu cuido disso?". Em seguida, ele indicou o funcionário Wellington Costa que colocou o chefe em situação constrangedora ao dizer: "Talvez o deputado não se lembre, mas foi ele quem mandou contratar essa empresa".

A Veja informou ainda que quem está por trás da Global Transportes é o ex-assessor do PMDB César Cunha, que era dono da Executiva que até 2009, quando passou a ter problemas com a Justiça, fornecia as notas relativas aos gastos com transporte no gabinete de Henrique. A Global acabou ficando com a função.

Já no domingo, o jornal O Estado de S. Paulo resgatou o caso do suposto envio ilegal de R$ 15 milhões por parte de Henrique Alves para o exterior. O fato o deixou fora da vaga de vice de José Serra (PSDB) nas eleições de 2002.

A ação só foi movida pelo Ministério Público Federal em 2004. Em novembro, o deputado conseguiu uma liminar para a suspensão da quebra de sigilo fiscal e bancário.

Ontem, a Folha de S.Paulo voltou a bateria midiática contra a Bonaci Engenharia, Comércio Ltda., dirigida pelo assessor do parlamentar, Aluízio Dutra de Almeida, que ganhou R$ 1,2 milhão para fazer obras do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). O órgão federal é da conta de indicações de Henrique Alves. Primeiro estava lá Elias Fernandes, demitido por irregularidade. Henrique indicou o substituto: Emerson Fernandes Daniel Júnior que nega interferência do parlamentar. "Não houve nem tem havido qualquer pedido ou interferência do deputado", alegou.

O Globo mostra quem estaria "por trás" das denúncias

Enquanto os jornais paulistas denunciam Henrique Alves, o jornal O Globo tentou explicar quem estaria por trás das denúncias contra o líder do PMDB na Câmara dos Deputados.
O jornal O Globo afirmou que as denúncias são alvo de "Fogo Amigo" do próprio PMDB que estaria, nos bastidores, dividido quanto à escolha do candidato do partido à presidência da Câmara dos Deputados.

Esse setor do PMDB gostaria de agradar o PT que deseja quebrar o acordo de revezamento e eleger um novo presidente da Casa.

Entre os cotados para estar por trás das denúncias seria o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que já foi ministro da Integração Nacional e teria conhecimento das emendas de Henrique.
O Globo trouxe declarações de um aliado não-identificado de Henrique afirmando que quem deveria estar numa avalanche de denúncias deveria ser o senador Renan Calheiros, cotado para presidir a Alta Câmara.

O nome preferido do PT seria o líder do partido na Casa Arlindo Chinaglia, que já fora presidente da Câmara entre 2006 e 2007.

Deputado só se pronuncia sobre caso do transporte

O deputado federal Henrique Alves se pronunciou através de nota no final de semana. Apenas a reportagem da revista Veja mereceu contra-argumentos do líder do PMDB.

O parlamentar informou que mandou investigar o caso da Global Transportes. "Em face da matéria veiculada na revista Veja, edição n°. 2304, envolvendo o nome do deputado Henrique Eduardo Alves, esclarecemos que apesar da empresa contratada pelo gabinete parlamentar, Global Transporte, estar legalmente constituída e haver apresentado toda documentação exigida para fornecer o serviço, foi determinada, pelo deputado, a apuração rigorosa da existência de possíveis irregularidades conforme noticiadas na referida reportagem".

O deputado corre o risco de ver a eleição certa para a presidência naufragar por conta das denúncias da mídia nacional.

Bruno Barreto
Edito de Política-O Mossoroense

Foto: Reprodução net

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